Rodrigo Pavan - Founder da INFRAX-YZ Eixos de Gestão
Introdução:
A execução de grandes #obras rodoviárias é uma tarefa complexa que envolve diversos desafios técnicos, financeiros e legais. Infelizmente, é comum encontrar casos em que os contratados não conseguem cumprir seus contratos dentro do prazo e do custo estabelecidos, resultando em pleitos de reequilíbrios contratuais e aditivos.
Neste artigo, abordaremos os problemas mais comuns que levam a esses impasses e discutiremos estratégias para resolvê-los, além de propor medidas tanto para contratadas quanto para contratantes com o intuito de concluir a obra sem a necessidade de aditivos contratuais e riscos de paralisação.
Analisando a Responsabilidade Contratual:
A responsabilidade pelos problemas em obras rodoviárias deve ser analisada tanto do ponto de vista do contratante quanto do contratado. O contratante tem a responsabilidade de realizar uma fiscalização adequada e devido acompanhamento da obra, garantindo o cumprimento das especificações contratuais.
Por outro lado, o contratado tem a obrigação de executar a obra de acordo com as exigências estabelecidas, utilizando os recursos adequados e cumprindo os prazos estipulados.
No ponto de vista do contratante, como ele pode se proteger desses possíveis claims dos contratados durante a obra?
No ponto de vista do contratante, é importante adotar medidas preventivas para se proteger de possíveis pleitos e claims dos contratados durante a obra. Aqui estão algumas estratégias que podem ser adotadas:
1) Contratos bem elaborados: Um contrato sólido e abrangente é essencial para definir claramente as responsabilidades e obrigações de ambas as partes. Certifique-se de que o contrato inclua cláusulas que abordem os principais pontos de discordância que podem surgir durante a execução da obra, como prazos, custos, reequilíbrio contratual e resolução de conflitos. É recomendável contar com o auxílio de profissionais especializados em direito contratual para elaborar um contrato claro e equilibrado.
2) Especificações técnicas detalhadas: Forneça especificações técnicas detalhadas no contrato, descrevendo os requisitos e padrões esperados para a execução da obra. Isso ajudará a reduzir a margem de interpretação e evitará possíveis divergências sobre a qualidade e os métodos de trabalho.
3) Acompanhamento e fiscalização rigorosos: Estabeleça uma equipe de fiscalização dedicada e qualificada para monitorar de perto o andamento da obra. Essa equipe deve ter conhecimento técnico suficiente para avaliar o cumprimento das especificações e prazos estipulados no contrato. É importante registrar e documentar todas as atividades e ocorrências relevantes durante a execução da obra.
4) Comunicação eficiente: Mantenha uma comunicação aberta e frequente com os contratados, estabelecendo canais de comunicação claros e diretos. Isso ajudará a identificar problemas e resolver potenciais questões antes que se tornem grandes obstáculos. Uma comunicação eficiente também é essencial para registrar qualquer solicitação de mudança ou reivindicação dos contratados de forma adequada.
5) Registro e documentação adequados: Mantenha registros completos e precisos de todas as interações, decisões e eventos relacionados à obra. Isso inclui atas de reuniões, registros fotográficos, relatórios de inspeção e todos os documentos relacionados à execução do contrato. Essa documentação será crucial caso ocorram disputas futuras, pois fornecerá evidências sólidas para apoiar a posição do contratante.
6) Gerenciamento de mudanças: Estabeleça um procedimento claro para lidar com mudanças e ajustes ao longo da execução da obra. Solicitações de mudanças devem ser documentadas, avaliadas quanto ao impacto no prazo e custo, e devidamente autorizadas por ambas as partes por meio de aditivos contratuais. Um gerenciamento adequado de mudanças reduzirá a possibilidade de reclamações dos contratados decorrentes de alterações não autorizadas.
7) Seguro e garantias: Considere a exigência de seguros adequados por parte dos contratados, como seguro de responsabilidade civil e garantias de desempenho. Essas proteções financeiras podem ajudar a mitigar os riscos associados a possíveis falhas ou reivindicações.
E no ponto de vista do contratado, como ele pode se proteger desses possíveis claims durante a obra?
No ponto de vista do contratado, é fundamental adotar medidas preventivas para se proteger de possíveis claims durante a execução da obra. Aqui estão algumas estratégias que podem ser úteis nesse sentido:
1) Análise detalhada do contrato: Realize uma análise minuciosa do contrato antes de assiná-lo. Certifique-se de compreender todas as cláusulas, requisitos e obrigações estabelecidas no documento. Caso haja algum termo ambíguo ou que possa gerar interpretações divergentes, busque esclarecimentos junto ao contratante antes de iniciar a obra.
2) Registro adequado de mudanças: Documente todas as mudanças e solicitações de alteração no escopo da obra de forma clara e organizada. Registre por escrito qualquer solicitação de mudança, estabelecendo os devidos prazos e custos adicionais, se aplicável. Mantenha uma comunicação eficiente com o contratante, buscando obter autorizações por escrito para quaisquer mudanças ou aditivos contratuais.
3) Gerenciamento de riscos: Identifique e avalie os riscos envolvidos na execução da obra. Desenvolva estratégias de gerenciamento de riscos adequadas para mitigar os impactos negativos e evitar possíveis disputas futuras. Tenha um plano de contingência para lidar com imprevistos e eventos fora do controle, como condições climáticas adversas ou atrasos causados por terceiros.
4) Comunicação efetiva: Mantenha uma comunicação clara e efetiva com o contratante. Reporte regularmente o andamento da obra, incluindo quaisquer desafios, problemas ou atrasos encontrados. Busque resolver questões de forma colaborativa, buscando o consenso e evitando conflitos desnecessários. Tenha registros escritos de todas as comunicações relevantes.
5) Documentação adequada: Mantenha uma documentação completa e precisa de todas as atividades relacionadas à obra. Isso inclui registros fotográficos, relatórios de inspeção, registros de materiais utilizados, registros de mão de obra empregada, entre outros. Manter registros adequados ajudará a respaldar sua posição caso ocorram disputas ou reivindicações futuras.
6) Profissionais especializados: Contrate profissionais especializados e experientes para a execução da obra, como engenheiros, arquitetos e advogados especializados em direito da construção. Eles poderão fornecer orientações técnicas e legais adequadas, ajudando a evitar problemas e protegendo os interesses do contratado.
7) Seguros e garantias: Considere a contratação de seguros apropriados para cobrir riscos específicos da obra, como responsabilidade civil e garantia de desempenho. Avalie também a necessidade de solicitar garantias financeiras por parte do contratante, para garantir o cumprimento das obrigações contratuais.
É importante ressaltar que cada situação é única e que as medidas de proteção devem ser adaptadas às circunstâncias específicas de cada contrato. Recomenda-se sempre buscar o aconselhamento de profissionais qualificados para lidar com questões contratuais e evitar possíveis claims ou disputas desnecessárias durante a execução da obra.
E em qual lei pode se enquadrar um possível dispute board nesses contratos?
Um Dispute Board, ou Conselho de Solução de Disputas, é um mecanismo utilizado para a resolução de disputas em contratos de construção. Embora existam diferentes tipos de Dispute Boards, os mais comuns são o Dispute Adjudication Board (DAB) e o Dispute Review Board (DRB).
Em relação à legislação, não há uma lei específica que regulamente o uso de Dispute Boards no Brasil. No entanto, é possível estabelecer a utilização de Dispute Boards contratualmente, por meio da inclusão de cláusulas específicas no contrato de construção. As partes envolvidas no contrato podem estabelecer as regras e procedimentos para o funcionamento do Dispute Board, bem como a sua composição e poderes.
Embora não haja uma legislação específica, é importante observar que a Lei de Arbitragem brasileira (Lei nº 9.307/1996) pode ser aplicável em casos de Dispute Boards, dependendo das regras e procedimentos adotados pelas partes. A Lei de Arbitragem prevê a possibilidade de solucionar conflitos por meio de arbitragem, que é um método alternativo de resolução de disputas.
No contexto do Dispute Board, é possível estipular que as decisões do Dispute Board sejam vinculantes ou sirvam como recomendações não vinculativas. Caso as partes tenham acordado que as decisões do Dispute Board sejam vinculantes, estas poderão ser executadas judicialmente, seguindo os trâmites previstos na legislação aplicável.
Vale ressaltar que, mesmo na ausência de uma legislação específica, o uso de Dispute Boards tem sido adotado em diversos contratos de construção no Brasil, seguindo práticas internacionais e com base em contratos padrão e modelos desenvolvidos por instituições especializadas.
Em resumo, embora não haja uma lei específica que regulamente os Dispute Boards no Brasil, as partes podem estabelecer a sua utilização contratualmente, definindo as regras e procedimentos. A Lei de Arbitragem brasileira pode ser aplicável em casos de Dispute Boards, dependendo das regras adotadas pelas partes, e pode fornecer uma estrutura legal para a execução das decisões do Dispute Board, caso estas sejam vinculantes.
07 de Julho de 2023
• • • •
Como um Programa de Mentoria pode Impulsionar a Carreira de um Engenheiro
Descobrindo
seu Caminho entre a Gestão e a Especialização
Rodrigo José Pavan - Founder of INFRAX-YZ Eixos de Gestão
Introdução:
A carreira de um engenheiro é repleta de desafios e oportunidades, e uma das decisões mais importantes que eles enfrentam é escolher entre seguir uma carreira de gestão ou se especializar em uma área técnica. Ambas as opções têm seus méritos e oferecem diferentes trajetórias de crescimento profissional. No entanto, tomar essa decisão pode ser um dilema para muitos engenheiros, pois requer uma compreensão clara de suas habilidades, interesses e aspirações de carreira. É aqui que um programa de mentoria desempenha um papel crucial, fornecendo orientação e clareza para os engenheiros em sua jornada profissional.
Autoconhecimento e Definição de Objetivos:
Um programa de mentoria permite que os engenheiros explorem suas habilidades, interesses e paixões. Um mentor experiente pode ajudar a identificar os pontos fortes e as áreas de melhoria, além de orientar o engenheiro na definição de metas e objetivos claros para sua carreira. Ao entender suas próprias habilidades e preferências, o engenheiro poderá tomar decisões informadas sobre se concentrar em uma carreira de gestão ou especialização técnica.
Orientação Personalizada:
Cada engenheiro é único, com suas próprias ambições e desafios. Um programa de mentoria oferece orientação personalizada adaptada às necessidades individuais de cada engenheiro. Ao trabalhar com um mentor experiente, o engenheiro pode discutir suas preocupações, explorar diferentes opções de carreira, obter conselhos práticos e obter insights valiosos sobre as implicações e as oportunidades associadas a cada caminho (gestão ou especialização).
Experiência e Aprendizado Compartilhado:
Um mentor experiente traz consigo anos de experiência e conhecimento, oferecendo ao engenheiro uma perspectiva realista do campo de atuação. Através de conversas, trocas de ideias e estudos de caso, o engenheiro pode aprender com as experiências do mentor, evitando erros comuns e desenvolvendo habilidades essenciais. Além disso, o mentor pode ajudar a expandir a rede de contatos profissionais do engenheiro, conectando-o a pessoas influentes e oportunidades valiosas.
Mentoria de Liderança para Gestão de Projetos:
Uma das áreas em que um programa de mentoria pode ter um impacto significativo na carreira de um engenheiro é a liderança e gestão de projetos. Ao buscar uma carreira em gestão, a mentoria pode fornecer insights sobre habilidades de liderança, tomada de decisão estratégica, gestão de equipes e comunicação eficaz. O mentor pode compartilhar sua experiência em gerenciar projetos complexos, enfrentar desafios e tomar decisões críticas, preparando o engenheiro para um papel de liderança eficaz.
Orientação na Transição de Carreira:
Um programa de mentoria também pode ser benéfico para engenheiros que desejam mudar de carreira, seja da gestão para a especialização ou vice-versa. O mentor pode ajudar a identificar as competências transferíveis, orientar na aquisição de novas habilidades e apoiar durante a transição. Isso ajuda o engenheiro a minimizar a curva de aprendizado e a se adaptar rapidamente a um novo ambiente de trabalho.
Conclusão:
Um programa de mentoria desempenha um papel fundamental na carreira de um engenheiro, especialmente quando se trata de escolher entre a gestão e a especialização. Através de uma orientação personalizada, compartilhamento de experiências, aprendizado prático e mentoria de liderança, os engenheiros podem obter clareza sobre seus objetivos e descobrir o caminho que melhor se alinha com suas habilidades e aspirações. Seja optando por seguir uma carreira de gestão ou se aprofundar em uma especialização técnica, a mentoria pode impulsionar o crescimento profissional e ajudar a alcançar o sucesso desejado. Portanto, é altamente recomendável que os engenheiros busquem um programa de mentoria para guiá-los em sua jornada profissional e aproveitar ao máximo seu potencial.
09 de Junho de 2023
• • • •
A Importância da Transformação Digital em Empresas de Infraestrutura e Construção Civil
Gestão de Projetos com Abordagem Híbrida
Rodrigo Pavan - Founder of INFRAX-YZ Eixos de Gestão
A indústria da infraestrutura e construção civil está passando por uma revolução tecnológica impulsionada pela transformação digital. Com a demanda crescente por projetos mais eficientes, econômicos e sustentáveis, as empresas desse setor estão adotando abordagens híbridas na gestão de projetos, combinando métodos tradicionais com as mais recentes tecnologias digitais. Neste artigo, exploraremos a importância dessa transformação digital e como ela pode beneficiar as empresas de infraestrutura e construção civil.
Eficiência operacional aprimorada:
A adoção de tecnologias digitais, como o uso de software de gestão de projetos, aplicativos móveis, realidade aumentada e inteligência artificial, permite uma melhoria significativa na eficiência operacional das empresas de infraestrutura e construção civil. Com uma abordagem híbrida na gestão de projetos, é possível otimizar a colaboração entre equipes, reduzir o tempo gasto em tarefas manuais e minimizar erros.
Monitoramento em tempo real e tomada de decisões baseadas em dados:
A transformação digital proporciona às empresas da indústria da construção civil acesso a dados em tempo real sobre o progresso dos projetos, o desempenho dos recursos e os custos envolvidos. Com a implementação de sensores e dispositivos conectados, é possível coletar informações valiosas diretamente do canteiro de obras. Esses dados são essenciais para a tomada de decisões estratégicas, permitindo ajustes rápidos e precisos durante o ciclo de vida do projeto.
Redução de custos e desperdícios:
A abordagem híbrida na gestão de projetos, combinada com a transformação digital, proporciona uma maior visibilidade dos processos e fluxos de trabalho. Isso permite identificar gargalos, evitar retrabalho e minimizar desperdícios de recursos, como materiais e mão de obra. Com a otimização desses aspectos, as empresas podem reduzir os custos operacionais e aumentar a lucratividade dos projetos.
Melhoria na qualidade e segurança dos projetos:
A utilização de tecnologias digitais na gestão de projetos permite um controle mais rigoroso da qualidade e segurança das obras. Por meio de ferramentas de modelagem 3D, drones e análise de dados, é possível detectar problemas de projeto antecipadamente, simular cenários e identificar potenciais riscos antes que eles se tornem problemas reais. Isso resulta em projetos mais seguros, com menos acidentes e falhas, e com uma qualidade superior.
Adaptabilidade e competitividade:
As empresas de infraestrutura e construção civil que adotam a transformação digital e uma abordagem híbrida na gestão de projetos têm uma vantagem competitiva no mercado. A capacidade de se adaptar rapidamente às mudanças e inovações tecnológicas permite que essas empresas estejam na vanguarda do setor, oferecendo soluções mais eficientes e personalizadas para seus clientes. Além disso, a digitalização dos processos permite a integração com outras áreas, como fornecedores e clientes, resultando em uma cadeia de valor mais conectada e colaborativa.
Por fim, a transformação digital está trazendo benefícios significativos para as empresas de infraestrutura e construção civil, especialmente quando combinada com uma abordagem híbrida na gestão de projetos. A eficiência operacional aprimorada, o monitoramento em tempo real, a redução de custos, a melhoria na qualidade e segurança dos projetos e a capacidade de se adaptar rapidamente às mudanças tecnológicas são apenas alguns dos impactos positivos dessa transformação. Portanto, é fundamental que as empresas desse setor abracem a transformação digital e adotem uma abordagem híbrida para se manterem competitivas em um mercado em constante evolução
05 de Junho de 2023
• • • •
Desafios
da transição de um engenheiro civil para uma carreira de gestão
Superando barreiras técnicas para a liderança eficaz
Rodrigo José Pavan - Founder of INFRAX-YZ Eixos de Gestão
A transição de uma carreira técnica para uma carreira de
gestão pode ser um desafio significativo para um engenheiro civil. Embora a
experiência técnica seja valiosa, a gestão requer um conjunto diferente de
habilidades e uma mentalidade mais estratégica. Neste artigo, exploraremos os
principais desafios enfrentados pelos engenheiros civis ao fazer essa transição
e discutiremos como superar essas barreiras para se tornar um líder eficaz.
1) Desenvolvimento de habilidades de gestão:
Um dos maiores desafios enfrentados pelos engenheiros civis
que desejam migrar para a gestão é o desenvolvimento de habilidades não
técnicas. Enquanto a formação técnica é essencial para a carreira de engenharia
civil, habilidades de gestão, como liderança, comunicação e tomada de decisões,
são cruciais para um papel de gestão eficaz. A falta dessas habilidades pode
prejudicar a capacidade de liderar equipes e enfrentar desafios organizacionais
mais amplos.
Para superar esse desafio, os engenheiros civis podem buscar
oportunidades de treinamento e desenvolvimento em habilidades de gestão. Cursos
de liderança, programas de MBA e treinamentos específicos podem ajudar a
adquirir as competências necessárias. Além disso, buscar mentoria com líderes
experientes pode fornecer orientação valiosa nessa transição.
2) Visão de negócio:
A transição para a gestão exige uma mudança de perspectiva,
passando de uma visão focada exclusivamente em aspectos técnicos para uma
compreensão mais ampla dos negócios. Engenheiros civis podem ter dificuldade em
desenvolver uma visão de negócio abrangente, incluindo conhecimentos
financeiros, marketing e estratégia organizacional.
Para superar esse desafio, é fundamental buscar conhecimento
adicional fora do campo da engenharia. Engenheiros civis podem participar de
cursos de negócios, ler livros sobre gestão e estratégia, e buscar
oportunidades para trabalhar em projetos multidisciplinares. A colaboração com
profissionais de outras áreas pode proporcionar uma visão mais abrangente das
operações organizacionais.
3) Gestão de pessoas:
Gerenciar pessoas é uma tarefa complexa que requer
habilidades interpessoais, como comunicação eficaz, empatia e liderança.
Engenheiros civis, que passaram a maior parte de suas carreiras concentrados em
aspectos técnicos, podem enfrentar dificuldades na gestão de equipes e no
desenvolvimento de relacionamentos interpessoais.
Para superar esse desafio, os engenheiros civis devem
procurar oportunidades para desenvolver habilidades de comunicação e liderança.
Isso pode incluir participar de workshops de habilidades interpessoais, buscar
feedback dos colegas e superiores, e assumir responsabilidades de liderança em
projetos. Além disso, a busca de mentoria com líderes experientes pode fornecer
orientação valiosa nessa área.
4) Mudança de mentalidade:
Engenheiros civis são treinados para serem orientados para
detalhes e resolver problemas técnicos específicos. No entanto, a gestão requer
uma mentalidade mais estratégica, orientada para objetivos de longo prazo e
decisões de alto nível. Essa mudança de mentalidade pode ser um desafio
significativo para os engenheiros civis em transição para a gestão.
Para superar esse desafio, é necessário buscar uma
compreensão mais ampla do contexto organizacional e adotar uma abordagem
estratégica. Isso pode ser alcançado por meio de treinamentos específicos em
pensamento estratégico, envolvimento em projetos estratégicos e a busca de
experiências que exijam uma perspectiva de longo prazo.
5) Credibilidade e experiência:
Ao fazer a transição para a gestão, os engenheiros civis
podem enfrentar desafios em relação à sua credibilidade e experiência. A falta
de experiência prévia em funções de gestão ou percepção de falta de
conhecimento em áreas não técnicas pode impactar a confiança das equipes e
colegas.
Para superar esse desafio, é essencial buscar oportunidades
para adquirir experiência prática em liderança. Isso pode ser feito assumindo
papéis de liderança em projetos, buscando projetos interdisciplinares e
buscando envolvimento em atividades de gestão em sua organização. Construir um
forte networking e estabelecer relacionamentos com líderes estabelecidos também
pode ajudar a construir a credibilidade necessária.
Enfim, a transição de uma carreira técnica para uma carreira de
gestão apresenta desafios significativos para os engenheiros civis. No entanto,
ao identificar e enfrentar esses desafios, é possível fazer uma transição
bem-sucedida.
O desenvolvimento de habilidades de gestão, a busca de uma visão
de negócio mais ampla, o aprimoramento das habilidades de gestão de pessoas, a
adoção de uma mentalidade estratégica e a construção de experiência e
credibilidade são etapas essenciais nessa jornada. Com dedicação, aprendizado
contínuo e determinação, os engenheiros civis podem se tornar líderes eficazes
e bem-sucedidos em suas carreiras de gestão.
29 de Maio de 2023
• • • •
Claims (Reclamações e Disputas)
Onde os Projetos de Infraestrutura dão Errado?
Rodrigo Pavan - Founder of INFRAX-YZ Eixos de Gestão
Pesquisas recentes têm buscado identificar as causas comuns de disputas(dispute boards) entre partes. Os resultados mais encontrados são:
1) falha na administração do contrato;
2) reivindicações mal redigidas ou incompletas e sem fundamento;
3) erros e/ou omissões no documento do contrato;
4) falha em entender e/ou cumprir suas obrigações contratuais por parte do empregador/contratado/subcontratado;
5) não concessão de aditivos sobre extensões de prazo e indenização
E como esse problemas são tratados?
A) Gerenciando o Contrato
Para avaliar problemas, mudanças, atrasos, precisamos de algo para compará-los.
Precisamos entender as obrigações contratuais dos contratados e contratantes em relação a:
o Escopo
RFP + Proposta do Contratante + Negociações
o Cronograma
Marcos da RFP + cronograma da proposta + cronograma base
o Valor do contrato
RFP + Proposta do Contratante + Negociações
o Alocação de responsabilidade de risco
O risco é atribuído à entidade mais capaz de controlá-lo? Geotécnico, acesso, permissões...
o Gerenciamento de mudanças
Como é definido?
o Procedimentos contratuais para administração do contrato
Notificações, prazos, prazos limites
B) Análise de Reivindicações
Quando o gerenciamento do contrato não resolve os problemas, uma reivindicação pode ser preparada.
Três elementos fundamentais devem ser considerados:
o Responsabilidade - Deve haver uma base contratual claramente definida e reconhecida para o direito a um ajuste no preço do contrato ou a uma prorrogação do prazo do contrato.
o Causalidade - O evento da reivindicação deve ter sido a causa direta ou primária dos danos e/ou atrasos sofridos.
o Danos - Os danos alegados devem ser comprovados por dados contábeis auditados que vinculem os danos a um evento de reivindicação específico. Reivindicações de atraso devem estabelecer de forma semelhante o impacto do evento de reivindicação no cronograma do projeto.
• Atas de reuniões do projeto (por exemplo, reuniões de pré-construção e de progresso);
• Arquivos de problemas;
• Relatórios diários (por exemplo, registros diários de desempenho e relatórios diários do inspetor);
• Subcontratos;
• Relatórios mensais/fotografias do projeto;
• Cronogramas de progresso, cronogramas de CPM e atualizações de cronograma;
• Documentos de preparação de propostas do contratante (por exemplo, quantidades, cotações de subcontratados e fornecedores, produtividade de mão de obra e equipamentos, e cronogramas de projeto propostos);
• Estimativas de propostas;
• Diários;
• Registros de desenhos;
• Aprovações;
• Documentos relacionados à segurança;
• Requisições de pagamento de progresso;
• Arquivos de ordens de mudança;
• Registros climáticos diários;
• Registros de materiais e equipamentos;
• Registros mantidos por subcontratados;
• Registros contábeis de custos diretos e indiretos do projeto;
• Registros de folha de pagamento de mão de obra;
Causalidade: Planejamento, Planejamento e Planejamento
Para que a reivindicação do contratante seja válida, ela deve articular claramente como o evento específico, que é responsabilidade do [Contratada], foi a causa direta de custos adicionais específicos incorridos.
• Uma análise de atraso deve:
o Estabelecer um cronograma de referência legítimo;
o Identificar cada ação que causou atraso controlável;
o Identificar a parte responsável pelo atraso;
o Incorporar os atrasos no cronograma de forma cronológica;
o Considerar a utilização de margem e atraso simultâneo;
o Quantificar o impacto líquido do atraso causado por cada parte;
o Estabelecer uma ligação causal entre o atraso e quaisquer danos alegados;
• A análise de produtividade deve comparar a produtividade afetada e não afetada no mesmo Projeto ou em outros projetos similares e determinar a variação que pode ser reivindicada
• A melhor maneira de obter clareza é ter um bom cronograma de referência e cronogramas detalhados e atualizados mensalmente.
Danos: Planejamento... e Custo
O preço das reivindicações pode assumir várias formas.
• Excesso de mão de obra devido à aceleração:
o Aumento de horas extras com taxas de pagamento mais altas e ineficiências resultantes;
o Superlotação;
o Trabalho fora de sequência;
• Excesso de custos gerais do projeto devido a prorrogações de prazo.
• Ineficiências devido ao volume de mudanças.
• Aumento de custos gerais do escritório central:
o Não absorvidos;
o Taxa de custo indireto;
• Aumento de custos de materiais devido à inflação de preços.
• Aumento de perda de material devido a exposição prolongada.
• Esforço imprevisto e imprevisível.
• Lucro perdido/custos de financiamento.
Em resumo, abordar questões em projetos de infraestrutura envolve um gerenciamento adequado do contrato e uma análise detalhada das reivindicações. É essencial compreender as obrigações contratuais, documentar e analisar registros relevantes e, se necessário, preparar reivindicações baseadas em responsabilidade, causalidade e danos. Uma análise precisa de atrasos e produtividade afetada também desempenha um papel crucial. Ao adotar essas abordagens, é possível resolver disputas de forma eficaz, mitigar riscos e manter a eficiência dos projetos de infraestrutura.
22 de Maio de 2023
• • • •
Gerenciando mudanças em pequenas e médias empresas na indústria da construção
E como ser o agente para enfrentar as possíveis resistências?
Rodrigo José Pavan - Founder of INFRAX-YZ Eixos de Gestão
Ser um agente de mudança em qualquer ambiente requer habilidade, estratégia e um plano bem estruturado. No contexto de uma empresa de construção civil que não utiliza processos nem metodologias de planejamento e controle, isso se torna ainda mais desafiador, mas definitivamente possível.
Aqui estão alguns passos para ser o agente de mudança na sua empresa:
1) Entender a cultura atual da empresa: Antes de iniciar qualquer mudança, é importante entender a cultura existente dentro da empresa. Isso inclui como as coisas são feitas atualmente, as atitudes dos funcionários em relação à mudança e quaisquer barreiras potenciais à mudança.
2) Identificar a necessidade de mudança: Para que uma mudança seja bem-sucedida, é crucial que haja uma necessidade percebida de mudança. Isso pode ser identificado através de conversas com os membros da equipe, avaliações de desempenho e análises de processos atuais.
3) Desenvolver um plano de mudança: Com base na necessidade de mudança, um plano deve ser desenvolvido para implementar a mudança. O plano deve incluir metas claras e mensuráveis, um cronograma para a implementação da mudança, e recursos necessários para a mudança.
4) Comunicar o plano de mudança: Uma vez que o plano de mudança tenha sido desenvolvido, é crucial comunicar o plano para todos os membros da equipe. Isso deve incluir o porquê da mudança, o que a mudança implicará e como ela será implementada.
5) Implementar o plano de mudança: O próximo passo é implementar o plano de mudança. Isso pode incluir treinamento de equipe, mudanças de processos e ajustes nas estruturas de equipe.
6) Acompanhar e ajustar o plano de mudança: Após a implementação do plano de mudança, é importante acompanhar o progresso e fazer quaisquer ajustes necessários. Isso pode incluir a realização de revisões regulares do plano de mudança, coleta de feedback dos membros da equipe e ajuste do plano conforme necessário.
Utilizar algumas práticas de gerenciamento de projetos para implementar mudanças na sua empresa de construção civil podem acelerá-las:
1) Iniciar com um bom plano de projeto: Este é o primeiro passo em qualquer gerenciamento de projeto. Inclui definir claramente o escopo, os objetivos, as entregas, os marcos e os prazos do projeto. Isso também envolverá a identificação de riscos potenciais e a criação de um plano de mitigação de riscos.
2) Utilização de metodologias de gerenciamento de projetos: Ferramentas como PMBOK, PRINCE2 ou Agile podem ser utilizadas dependendo da natureza do projeto e da organização. Essas metodologias fornecem um quadro para planejar e controlar o progresso do projeto.
3) Adoção de uma ferramenta de gerenciamento de projetos: Uma ferramenta de gerenciamento de projetos pode ajudar a acompanhar o progresso do projeto, gerenciar recursos e facilitar a comunicação entre a equipe do projeto. Existem muitas ferramentas disponíveis no mercado, como MS Project, Asana, Trello e Jira, entre outras.
4) Engajamento das partes interessadas: É crucial envolver todas as partes interessadas, incluindo a equipe do projeto, a alta gerência e os usuários finais, desde o início do projeto. Isso ajuda a garantir que todas as partes estejam alinhadas e comprometidas com o projeto.
5) Comunicação clara e regular: Uma comunicação eficaz é a chave para o sucesso do gerenciamento de projetos. Isso inclui fornecer atualizações regulares sobre o progresso do projeto, discutir problemas e desafios e compartilhar sucessos e realizações.
6) Gestão eficaz de riscos: Todo projeto tem riscos associados. A identificação precoce desses riscos e a criação de um plano de mitigação podem ajudar a prevenir atrasos e problemas no projeto.
7) Avaliação e controle constantes: Por fim, é importante monitorar continuamente o progresso do projeto e fazer ajustes conforme necessário. Isso pode incluir a realização de revisões de status regulares e a utilização de indicadores-chave de desempenho (KPIs) para medir o sucesso do projeto.
Para as áreas específicas de planejamento e controle na construção civil, existem várias metodologias e ferramentas que podem ser úteis. Aqui estão algumas delas:
1) Lean Construction: Uma adaptação dos princípios da produção enxuta para a construção, esta metodologia visa minimizar o desperdício e aumentar o valor para o cliente. Ela pode ser útil para melhorar a eficiência do processo de construção e aumentar a previsibilidade e controle dos projetos.
2) Last Planner System (LPS): Esta é uma metodologia específica dentro do Lean Construction que foca no planejamento e controle da produção. O LPS incentiva a colaboração e a comunicação entre todas as partes interessadas para garantir que o trabalho seja realizado conforme planejado.
3) Building Information Modeling (BIM): O BIM é uma ferramenta que permite a criação de modelos digitais de um edifício, facilitando a colaboração e a coordenação entre as partes interessadas. O BIM pode ser usado para planejar e controlar o projeto de construção, ajudando a identificar potenciais problemas antes que eles ocorram.
4) Software de gerenciamento de projetos: Ferramentas como MS Project ou Primavera podem ser úteis para planejar e controlar o cronograma e os recursos do projeto. Além disso, existem softwares específicos para a indústria da construção, como o Procore ou o PlanGrid, que podem ajudar na gestão de tarefas, documentação, qualidade, segurança, entre outros aspectos.
5) Earned Value Management (EVM): Esta é uma metodologia para medir o desempenho e o progresso de um projeto em termos de custo e tempo. O EVM pode ajudar a identificar variações do planejado e a tomar ações corretivas quando necessário.
A implementação de novas metodologias e ferramentas deve ser acompanhada de treinamento adequado para a equipe e pode exigir uma mudança na cultura da organização. A adoção bem-sucedida dessas práticas requer um compromisso de longo prazo com a melhoria contínua
A mudança não acontece da noite para o dia e pode enfrentar resistência. Ser paciente, persistente e positivo pode ajudar a superar esses obstáculos e garantir uma transição bem-sucedida para esses novos processos e metodologias de planejamento e controle na sua empresa de construção civil.
15 de Maio de 2023
• • • •
Gerenciando o maior ativo de uma concessionária de rodovias: O Pavimento
E como contabilizá-lo?
Rodrigo Pavan - Founder of INFRAX-YZ Eixos de Gestão
Hoje vamos falar sobre um dos maiores ativos de uma concessionária de rodovias: o pavimento. Ele desempenha um papel crucial na qualidade das estradas e no conforto e segurança dos usuários. Para garantir sua durabilidade e bom funcionamento, é essencial gerenciar adequadamente os investimentos (CAPEX) e as despesas operacionais (OPEX) relacionadas ao pavimento. Vamos explicar como fazer isso!
CAPEX (Capital Expenditure - Investimentos):
O CAPEX refere-se aos gastos de capital destinados à construção, expansão e melhoria do pavimento. Aqui estão algumas estratégias para controlar separadamente esse ativo:
a) Avaliação e planejamento: Realize avaliações periódicas do estado do pavimento para identificar áreas que necessitam de reparos ou substituição. Com base nessas avaliações, desenvolva um plano de investimento de longo prazo para a manutenção e melhoria do pavimento.
b) Priorização de investimentos: Considere a gravidade e a extensão dos danos no pavimento ao determinar as áreas que requerem investimentos imediatos. Priorize as seções mais críticas, onde a degradação pode ter um impacto significativo na segurança e na experiência do usuário.
c) Tecnologias inovadoras: Explore novas tecnologias e técnicas de construção para otimizar os investimentos em pavimentação. Isso pode incluir o uso de materiais de alta qualidade, técnicas de construção mais eficientes e soluções sustentáveis que aumentem a durabilidade do pavimento.
Os investimentos em pavimento devem ser classificados como ativos fixos tangíveis e registrados no balanço patrimonial da concessionária. Esses investimentos são amortizados ao longo da vida útil estimada do pavimento. Aqui estão algumas contas contábeis relevantes:
a) Ativo Imobilizado: Crie uma conta no balanço patrimonial para registrar os investimentos em pavimento. Por exemplo, "Pavimento - Ativo Imobilizado".
b) Depreciação: Alocar os custos de investimento ao longo do tempo através da depreciação. A conta contábil correspondente pode ser chamada de "Depreciação do Pavimento" ou similar.
O OPEX envolve os custos contínuos associados à operação e manutenção diária do pavimento. Aqui estão algumas maneiras de controlar separadamente esse aspecto:
a) Programação de manutenção regular: Estabeleça um programa de manutenção preventiva para garantir a conservação adequada do pavimento. Isso pode incluir atividades como limpeza, remoção de detritos, reparo de pequenos danos e recapeamento de trechos desgastados.
b) Treinamento e capacitação: Invista na capacitação dos profissionais responsáveis pela manutenção do pavimento. Isso ajudará a maximizar a eficiência dos processos de reparo e garantir um uso adequado dos recursos disponíveis.
c) Monitoramento e inspeção: Implemente um sistema de monitoramento contínuo para identificar problemas no pavimento antes que se tornem grandes e mais caros de resolver. Utilize tecnologias como drones, sensores de tráfego e análises preditivas para detectar e abordar rapidamente os problemas.
As despesas operacionais relacionadas ao pavimento são consideradas custos correntes e devem ser registradas como despesas no resultado do período. Aqui estão algumas contas contábeis relevantes:
a) Manutenção do Pavimento: Crie uma conta no demonstrativo de resultados para registrar os custos de manutenção periódica do pavimento. Por exemplo, "Despesas de Manutenção do Pavimento".
b) Reparos e Reabilitação: Registre os custos de reparos e reabilitação específicos do pavimento em uma conta contábil separada, como "Despesas de Reparos do Pavimento".
c) Custos Operacionais: Além das despesas diretas relacionadas ao pavimento, considere também os custos operacionais indiretos, como pessoal, equipamentos e materiais necessários para a manutenção. Esses custos devem ser alocados proporcionalmente, conforme a estimativa de utilização para o pavimento.
O controle separado do CAPEX e do OPEX relacionados ao pavimento é fundamental para garantir sua longevidade e bom desempenho.
É importante consultar um profissional contábil ou um especialista em finanças para adaptar essas contas contábeis às necessidades específicas da concessionária de rodovias e garantir a conformidade com as normas contábeis aplicáveis em sua região.
Lembre-se de que a correta separação contábil entre CAPEX e OPEX ajudará a acompanhar os investimentos em pavimento ao longo do tempo e avaliar o desempenho financeiro da concessionária de rodovias.
12 de Maio de 2023
• • • •
O princípio da geração de valor sob a ótica de um projeto de infraestrutura
Como gerar esse valor?
Rodrigo José Pavan - Founder of INFRAX-YZ Eixos de Gestão
Na 7ª edição do PMBOK (Project Management Body of Knowledge), o VALOR é reconhecido como um dos princípios fundamentais para o gerenciamento de projetos. A criação de valor é essencial para projetos de infraestrutura, pois esses projetos geralmente envolvem investimentos significativos e têm o objetivo de fornecer benefícios duradouros para a sociedade.
A criação de valor em projetos de infraestrutura está relacionada à maximização dos benefícios obtidos em relação aos recursos investidos. Isso significa que o projeto deve entregar resultados que atendam às necessidades e expectativas dos stakeholders envolvidos, como comunidades locais, governo, investidores e usuários finais.
A geração de valor pode ser realizada tanto durante como após a conclusão de um projeto. Vamos explorar essas duas fases:
Durante o projeto: Durante a execução do projeto, é possível criar valor por meio de uma série de atividades e resultados alcançados. Alguns exemplos incluem:
Entrega de produtos e serviços: O projeto pode envolver a entrega de produtos, serviços ou componentes de infraestrutura que proporcionem valor imediato. Por exemplo, em um projeto de construção de uma ponte, a entrega da ponte concluída traz valor assim que estiver disponível para uso.
Cumprimento de metas e requisitos: O projeto pode ser planejado para atender a metas específicas e requisitos estabelecidos pelos stakeholders. O cumprimento dessas metas e requisitos, como a conclusão dentro do prazo e do orçamento, pode gerar valor para o projeto.
Benefícios intermediários: Alguns projetos de infraestrutura podem gerar benefícios intermediários ao longo de sua execução. Por exemplo, em um projeto de construção de uma rodovia, a abertura de trechos concluídos da estrada pode trazer benefícios de mobilidade e redução de congestionamentos mesmo antes da conclusão total do projeto.
Após o projeto: Após a conclusão do projeto, o valor pode ser realizado e maximizado por meio de diferentes aspectos, tais como:
Utilização e operação: O valor de um projeto de infraestrutura pode ser realizado por meio da utilização efetiva e operação contínua da infraestrutura entregue. Por exemplo, uma usina de energia renovável entregue por um projeto pode gerar valor ao fornecer energia limpa e sustentável ao longo de sua vida útil.
Benefícios socioeconômicos: Projetos de infraestrutura podem trazer benefícios socioeconômicos significativos para a comunidade, como geração de empregos, desenvolvimento econômico regional, melhoria da qualidade de vida e aumento da capacidade de prestação de serviços públicos. Esses benefícios são realizados ao longo do tempo, à medida que a infraestrutura é utilizada e contribui para o crescimento e desenvolvimento sustentável.
Retorno do investimento: Para projetos de infraestrutura que envolvem investimentos financeiros, o valor também pode ser realizado por meio do retorno do investimento ao longo do tempo. Isso pode ocorrer através de receitas geradas pela infraestrutura, como pedágios de uma rodovia, ou pelo impacto econômico positivo que a infraestrutura traz para a região.
Em suma, a criação de valor pode ser realizada tanto durante a execução do projeto, por meio de produtos, serviços e benefícios intermediários, quanto após a conclusão, através da utilização efetiva, benefícios socioeconômicos e retorno do investimento. É importante considerar a perspectiva de curto e longo prazo ao avaliar o valor gerado por um projeto de infraestrutura.
E A IMPLEMENTAÇÃO DE UM PMO AJUDARIA EM ACELERAR ESSA PERCEPÇÃO DE VALOR?
Um PMO (Project Management Office) pode desempenhar um papel importante na maximização da percepção de valor em projetos de infraestrutura. Abaixo estão algumas maneiras pelas quais um PMO pode ajudar a aumentar essa percepção de valor:
Definição clara dos objetivos do projeto: Um PMO pode ajudar a estabelecer objetivos claros e mensuráveis para o projeto de infraestrutura. Esses objetivos devem estar alinhados com as necessidades e expectativas dos stakeholders. Ao definir metas claras desde o início, o PMO pode garantir que o projeto esteja focado na criação de valor específico.
Gestão eficiente dos recursos: Um PMO pode ser responsável pela alocação eficiente dos recursos disponíveis para o projeto. Isso inclui recursos financeiros, humanos e materiais. Ao otimizar o uso dos recursos, o PMO pode garantir que o valor gerado seja maximizado.
Gestão de riscos: A identificação e gestão eficaz dos riscos são fundamentais para a criação de valor em projetos de infraestrutura. Um PMO pode facilitar a identificação de riscos potenciais, avaliar sua probabilidade e impacto e desenvolver planos de mitigação adequados. Dessa forma, o PMO ajuda a reduzir a possibilidade de eventos adversos que possam comprometer o valor do projeto.
Monitoramento e controle contínuos: Um PMO pode estabelecer processos e métricas para monitorar o progresso do projeto de infraestrutura e garantir que ele esteja no caminho certo para entregar o valor esperado. O PMO também pode fornecer relatórios regulares aos stakeholders, destacando os benefícios alcançados até o momento e as ações corretivas necessárias, se aplicável.
Engajamento dos stakeholders: O PMO pode desempenhar um papel fundamental no envolvimento e comunicação efetiva com os stakeholders do projeto de infraestrutura. Isso inclui identificar as expectativas dos stakeholders, manter um diálogo aberto, responder a preocupações e garantir que suas necessidades sejam consideradas durante todo o projeto. O envolvimento ativo dos stakeholders ajuda a aumentar a percepção de valor do projeto.
Em resumo, a criação de valor em projetos de infraestrutura é crucial para garantir que os benefícios sejam maximizados em relação aos recursos investidos. Um PMO pode ajudar a aumentar essa percepção de valor através da definição clara dos objetivos do projeto, gestão eficiente dos recursos, gestão de riscos e monitoramento.
08 de Maio de 2023
• • • •
Um Modelo de Plano de Gerenciamento de Mudanças em Projetos de Infraestrutura
Como mudar sem muito impacto?
Rodrigo Pavan - Founder of INFRAX-YZ Eixos de Gestão
1) Introdução
Este Plano de Gerenciamento de Mudanças visa estabelecer um processo formal para solicitar, avaliar, aprovar e implementar mudanças no projeto. Ele deve ser acordado e assinado por todas as partes envolvidas no início do projeto para garantir uma gestão eficaz das mudanças e minimizar os impactos negativos nas entregas, no prazo e no orçamento do projeto.
2) Objetivos
Os objetivos deste plano incluem:
a) Estabelecer um processo claro e formal para solicitar e aprovar mudanças;
b) Definir papéis e responsabilidades na gestão de mudanças;
c) Garantir que todas as partes envolvidas estejam cientes e sigam o processo;
d) Monitorar e controlar o impacto das mudanças no projeto;
e) Minimizar atrasos e custos adicionais decorrentes de mudanças não planejadas.
3) Papéis e Responsabilidades
Os principais papéis e responsabilidades na gestão de mudanças incluem:
Patrocinador do projeto: Aprovar ou rejeitar mudanças significativas que afetam o escopo, o orçamento ou o cronograma do projeto.
Gerente de projeto: Coordenar o processo de gerenciamento de mudanças, garantir que todas as partes envolvidas estejam cientes e sigam o processo, e comunicar as decisões relacionadas às mudanças.
Comitê de Controle de Mudanças (CCM): Avaliar e aprovar ou rejeitar solicitações de mudança, levando em consideração os impactos no projeto e nos recursos.
Equipe do projeto: Implementar as mudanças aprovadas e comunicar quaisquer problemas ou preocupações relacionados às mudanças.
4) Processo de gerenciamento de mudanças
O processo de gerenciamento de mudanças consiste em quatro etapas principais: solicitação da mudança, avaliação da mudança, aprovação da mudança e implementação da mudança.
4.1) Solicitação da Mudança
Qualquer parte interessada pode solicitar uma mudança no projeto. A solicitação deve ser feita por escrito, utilizando o Formulário de Solicitação de Mudança (FSM) previamente acordado, incluindo:
Descrição detalhada da mudança proposta
Justificativa para a mudança
Impacto na linha de base do projeto (escopo, prazo, custo, qualidade, recursos, riscos associados, etc.)
Alternativas consideradas
Assinatura do solicitante
4.2) Avaliação da Mudança
O Gerente de Projeto revisa o FSM e determina se a mudança é viável e se requer aprovação do CCM.
Caso necessário, o Gerente de Projeto pode solicitar informações adicionais ao solicitante antes de encaminhar a solicitação ao CCM.
A avaliação pode incluir:
Verificação da necessidade e justificativa da mudança
Análise de impacto detalhada
Análise de riscos e oportunidades
Identificação de ações corretivas e preventivas
Estimativa de tempo e custo adicional
4.3) Aprovação da Mudança
Com base na avaliação da mudança, o Comitê de Controle de Mudanças (CCM) tomará a decisão de aprovar ou rejeitar a mudança solicitada. O CCM deve considerar fatores como:
Impacto na linha de base do projeto
Impacto nos objetivos do projeto
Riscos e oportunidades
Alinhamento com as expectativas das partes interessadas
Mudanças significativas que afetam o escopo, o orçamento ou o cronograma do projeto devem ser aprovadas pelo Patrocinador do Projeto.
4.4) Implementação da Mudança
Se a mudança for aprovada, a equipe do projeto implementará a mudança de acordo com o plano de ação definido na avaliação da mudança. Isso pode incluir:
Atualização do escopo, cronograma, custo e outros documentos do projeto
Comunicação da mudança a todas as partes interessadas
Realização de treinamento, se necessário
Monitoramento do progresso e ajuste do plano conforme necessário
Monitoramento e Controle
O gerente de projeto deve monitorar e controlar continuamente o processo de gerenciamento de mudanças para garantir que as mudanças sejam tratadas de maneira eficaz e em conformidade com o plano. Isso inclui a realização de revisões periódicas e ajustes no plano, conforme necessário.
Para concluir, entendo que implementar esse plano como um processo detalhado é crítico para que futuras mudanças sejam bem controladas.
A pergunta que sempre vem: existe uma ferramenta certa para incluir nesse processo?
Minha experiência diz que a primeira coisa a fazer é colocar tudo no velho e bom papel, para depois criar um sistema de gestão automatizada e intuitiva. E modelos no mercado temos vários. De todos os tipos, gostos e bolsos.
Mas isso é conversa para uma outra hora.
10 de Abril de 2023
• • • •
Pontos Básicos de Planejamento e Identificação Inicial de Riscos para Redução de Claims Futuros em Contratos de Infraestrutura
Como reduzir esses claims?
Rodrigo Pavan - Founder of INFRAX-YZ Eixos de Gestão
Planejamento
O planejamento de obras de infraestrutura é uma etapa fundamental para garantir o sucesso de um projeto. Ele envolve a definição de objetivos claros, a elaboração de cronogramas e orçamentos, a seleção de fornecedores e a identificação de possíveis riscos. Um planejamento bem elaborado possibilita a alocação eficiente de recursos e facilita a tomada de decisões, o que contribui para a diminuição de claims futuros.
1.1. Definição de objetivos: Estabelecer metas claras e realistas para o projeto, alinhadas às necessidades dos stakeholders e aos recursos disponíveis. Os objetivos devem ser mensuráveis e específicos para orientar as ações a serem tomadas.
1.2. Elaboração de cronogramas: Desenvolver um cronograma detalhado que considere todas as etapas do projeto, desde a fase de planejamento até a entrega final. O cronograma deve incluir prazos realistas e considerar possíveis atrasos e imprevistos.
1.3. Orçamentação: Estimar os custos envolvidos em todas as etapas do projeto e elaborar um orçamento detalhado. O orçamento deve ser flexível para acomodar mudanças no escopo do projeto e prever contingências financeiras.
1.4. Seleção de fornecedores: Identificar e avaliar os fornecedores adequados para o projeto, levando em consideração aspectos como qualidade, preço, experiência e reputação no mercado.
2. Identificação Inicial de Riscos
A identificação de riscos no início de um projeto de infraestrutura é crucial para evitar surpresas desagradáveis no decorrer da execução. Os riscos podem ser classificados em diferentes categorias, como riscos técnicos, ambientais, financeiros, legais e políticos. Ao identificar e analisar os riscos, é possível adotar estratégias de mitigação que minimizam a probabilidade de sua ocorrência e, consequentemente, reduzem a quantidade de claims futuros.
2.1. Riscos técnicos: Avaliar a complexidade do projeto, a disponibilidade de tecnologias e a capacidade técnica das equipes envolvidas. Identificar possíveis dificuldades na execução e desenvolver soluções alternativas.
2.2. Riscos ambientais: Analisar os impactos ambientais do projeto, como a geração de resíduos, poluição e uso de recursos naturais. Identificar possíveis medidas de mitigação e prevenção.
2.3. Riscos financeiros: Estimar a disponibilidade de recursos financeiros e o retorno sobre o investimento, considerando possíveis flutuações econômicas e a capacidade de financiamento do projeto.
2.4. Riscos legais: Identificar possíveis questões legais, como regulamentações, licenças e contratos. Garantir a conformidade com as normas e leis aplicáveis.
2.5. Riscos políticos: Avaliar a influência de fatores políticos, como a estabilidade governamental e as políticas públicas, no desenvolvimento do projeto.
3. Planos de Mitigação
A elaboração de planos de mitigação efetivos é essencial para lidar com os riscos identificados. Esses planos devem ser adaptados às necessidades específicas de cada projeto e incluir ações preventivas, de contingência e de transferência de riscos. Algumas estratégias comuns de mitigação incluem:
3.1. Ações preventivas: Implementar medidas para evitar a ocorrência de riscos identificados, como a capacitação de equipes, a adoção de tecnologias inovadoras e a realização de estudos preliminares.
3.2. Ações de contingência: Desenvolver planos de ação para lidar com situações imprevistas, como atrasos, acidentes e problemas financeiros. Esses planos devem ser flexíveis e adaptáveis às mudanças no cenário do projeto.
3.3. Transferência de riscos: Utilizar instrumentos como seguros, garantias e contratos específicos para transferir os riscos identificados a terceiros. Esse processo deve ser cuidadosamente planejado e negociado para garantir a eficácia da transferência.
4. Conclusão
O planejamento de obras de infraestrutura e a identificação inicial de riscos são fatores determinantes para o sucesso de um projeto e podem contribuir significativamente para a diminuição de claims futuros nos contratos. Ao adotar estratégias de mitigação eficazes, é possível reduzir a incerteza e promover um ambiente de cooperação e confiança entre as partes envolvidas, resultando em projetos mais eficientes e sustentáveis.